Teve início na manhã de hoje, 12 de setembro, o 37º Pleno do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe). O encontro, promovido pela coordenação nacional do Forgepe, em parceria com a UFRGS e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, é o terceiro realizado neste ano e, desde a pandemia de covid-19, o primeiro pleno sediado por uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFE).

O evento conta com a participação de mais de 130 gestores das IFES e representa uma oportunidade para debate, troca de experiências, aprendizados e, principalmente, busca de soluções conjuntas para as melhores práticas de gestão de pessoas nas IFES.

Na avaliação da pró-reitora da Superintendência de Gestão de Pessoas da UFRGS Marília Borges Hackmann, “a reunião deve servir para a construção de propostas consistentes e coletivas a serem encaminhadas aos representantes do governo, visando à melhoria das condições de trabalho e à construção de uma nova proposição de um plano de carreira dos técnicos, além da demanda pela liberação de maior volume de recursos. Como sempre, o Forgepe atua no sentido de elaborar políticas em conjunto para que tenhamos mais força”.

Participaram da mesa de abertura do evento o reitor da UFRGS Carlos André Bulhões, a reitora da UFCSPA Lucia Campos Pellanda, a presidente da Andifes e reitora da UnB Márcia Abrahão, a pró-reitora de Gestão de Pessoas da UFRN e coordenadora do Forgepe Miriam Dantas. Além deles, participaram remotamente o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) José Celso Cardoso Júnior e a secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) Denise Pires de Carvalho.


Desafios e abertura ao diálogo

Marília Hackmann fez a saudação inicial destacando o quanto o Forgepe tem sido importante como demonstração de força da união das pessoas “na luta por uma política de gestão de pessoal que de fato traga melhorias para os nossos servidores, as nossas universidades e, consequentemente, para a sociedade. Como universidades, somos aquilo que as pessoas constroem”. Apontou também que o encontro é um momento de desafio, não apenas pela reconstrução que se faz necessária, mas também porque vivemos uma época de novas tecnologias no mundo do trabalho, o que exige modernização por parte dos gestores do serviço público.

Na sequência, o secretário de Gestão de Pessoas do MGI José Celso Cardoso Júnior falou sobre o avanço na pauta comum de tratativas relativas às carreiras e à recomposição salarial. “Vivemos um momento importante no país, pois, desde o começo do ano, o governo Lula tem dado indicações muito firmes no sentido de acreditar no diálogo como forma de construção de consensos e de resolução de problemas. Isso está demostrado por meio do esforço que foi feito logo no começo de 2023 de conferir um reajuste salarial linear para todo o funcionalismo federal. Claro, sabemos isso não repõe as perdas inflacionárias dos últimos governos, mas recoloca nos trilhos da estabilidade o salário dos servidores federais”, disse. Segundo ele, outro ponto importante é a reinstalação da Mesa Nacional de Negociação Permanente com os Servidores Públicos, que havia sido abandonada nos governos Temer e Bolsonaro. Essa mesa foi retomada, e sua nova configuração aponta para a composição de um sistema negocial, muito mais do que para a discussão unicamente de salários, incluindo a revisão de normativas prejudiciais aos servidores federais e o tratamento das condições de trabalho setoriais.

A presidente da Andifes Márcia Abrahão lembrou os repetidos ataques sofridos pelas Instituições Federais de Ensino Superior nos últimos anos, as reduções orçamentárias e a extinção de cargos, que exigem de todos os gestores um esforço redobrado no processo de reconstrução das universidades. “O Forgepe tem feito muitos estudos para a recomposição do quadro das nossas universidades, para além da questão da carreira em si. Temos desafios de todas as ordens: instituições de 100 anos e de 5 anos, e essa diversidade precisa ser considerada”, completou.

O reitor da UFRGS Carlos André Bulhões declarou sua alegria pela realização do evento na UFRGS e louvou o papel estratégico desempenhado pelo Forgepe junto aos órgãos federais, tanto na interlocução institucional quanto na formulação de políticas de gestão de pessoas, bem como no aprimoramento das carreiras dos servidores técnico-administrativos e docentes.

O encontro, que conta com o apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), prossegue no dia de amanhã, com a participação de representantes do Tribunal de Contas da União e a apresentação de novos pró-reitores de Gestão.